Inicialmente, o texto nos faz refletir sobre a formação da Língua Portuguesa a partir de diversidades culturais e dominantes concebida por civilizações que colonizaram as terras da América do Sul, África e Ásia.
Partindo dessa perspectiva e analisando a formação do povo brasileiro – ameríndios, africanos e lusitanos – é que nossa identidade cultural cristaliza-se a partir dessa heterogeneidade.
Uma das questões mais debatidas na literatura contemporânea é a questão da identidade. Num mundo globalizado, em que se ameaça excluir as diferenças culturais entre os países, a afirmação das identidades nacionais se faz quase que obrigatória. Assim, a Língua Portuguesa que em momentos decisivos de nossa história foi instrumento de nossa própria identidade não pode desaparecer também de outras culturas que dela fizeram/fazem uso, pois a cultura consiste numa constante transfusão de resíduos.
Foi assim com todos os povos que conhecemos, principalmente os portugueses, que somados aos romanos, árabes, galegos, dentre outros, formou-se a cultura portuguesa. A Língua Portuguesa, portanto, passa pela compreensão das necessidades dos vínculos linguísticos internacionais, sua funcionalidade e abrangência, influenciando no enriquecimento complexo sócio-político-econômico e cultural da humanidade.
Os percursos da literatura como escritos da diversidade nos países de língua oficial portuguesa também são enfatizados nessa temática, fazendo-se compreender como enriquecimento do nosso idioma, a partir de variantes surpreendentes, comprovando que a língua é heterogênea e reflete a diversidade geográfica, histórica, étnica e cultural do povo.
Ao tratar das literaturas de Língua Portuguesa, o autor ressalta que a língua e literatura sempre foram instrumentos de afirmação de povos e nações, podendo ser consideradas como a síntese das identidades na diversidade, apropriando-se a partir desse conceito do qualificativo Literatura AFROBRASILUSA. Tal termo contrapõe a história, que coloca a Língua Portuguesa como invenção dos lusos, quando na verdade, formou-se a partir de diversas culturas.
O sintagma Literatura Afrobrasilusa constitui a idéia de fusão das etnias, tendo o Brasil como referente, ponte, pois é neste país que há essa integração e entendimento entre as diversidades culturais aqui abordadas.
Enfim, o texto finaliza com a afirmação de que a Língua Portuguesa estabelece e reforça as relações industriais, comerciais, políticas e culturais, sendo assim, instrumento das negociações internacionais de pelo menos oito países soberanos, processo pelo qual devemos reconhecer sua importância e diversidade.
Cabe a nós, professores, o papel de conscientizar nossos educandos sobre a importância da língua, sua formação e diversidade. Devemos estudar a língua como estudo da própria condição humana, pois a língua não se resume (nem pode) à análise e classificação de sua estrutura, mas principalmente, à análise de como se constrói o significado e o significante – interação entre indivíduos e ao qual está subordinada a forma. O estudo da língua deve ser abordado de maneira mais ampla e mais atenta, considerando a identidade do indivíduo e sua diversidade cultural, como também, ensinando o respeito às diferentes culturas e realidades do contexto ao qual estamos inseridos.
Gostei bastante e aproveito o ensejo para recomendar aos navegantes da literatura para conhecer mais e melhor o assunto RESIDUALIDADE by Roberto Pontes ufc
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